A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está acionando as Coordenadorias Estaduais de Controle de Infecção Hospitalar para identificar, com maior precisão, o número de pessoas no país infectadas pela Klebsiella pneumoniae carbapenemases (KPC), batizada de “superbactéria”.
Até o final da tarde da última quarta-feira (13), foram notificados à Anvisa 163 pacientes contaminados pela KPC em hospitais do Distrito Federal, com 14 mortes já confirmadas e quatro sob investigação.
No entanto, o medo de que a bactéria se espalhe para outras regiões tem levado a algumas medidas de prevenção mesmo em Estados sem relatos da KPC. Em Minas Gerais , a Secretaria de Estado da Saúde repassou aos hospitais mineiros um alerta técnico sobre o assunto.
O comunicado determina, por exemplo, que cabe à comissão de controle de infecção de cada hospital implantar ações de prevenção à infecção, definidas em protocolos estabelecidos para qualquer bactéria multirresistente.
Entre as medidas que devem ser tomadas pelos hospitais estão: notificação imediata dos casos suspeitos à Vigilância Sanitária e Epidemiológica do município onde está localizado; isolamento do paciente; limpeza e a desinfecção das instalações e instrumentos hospitalares; controle de visitas; e, principalmente, higienização constante das mãos dos profissionais de saúde ou de outras pessoas em contato com quem está contaminado.
Resistência a antibióticos
A superbactéria é resistente ao tratamento com antibióticos e tem acometido, no Brasil, pacientes hospitalizados em estado grave. De acordo com a Anvisa, somente dois medicamentos têm se mostrado eficientes no combate à KPC – a tigeciclina e a polimexina. Mas ambos têm alto teor tóxico e podem provocar efeitos colaterais significativos, especialmente em pacientes já debilitados por outras doenças. A superbactéria pode causar problemas pulmonares, nos aparelhos urinário e intestinal, na pele e até septicemia, conhecida como infecção generalizada.
Segundo o gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Anvisa, Heber Murari Borba, a defasagem dos dados oficiais sobre infecção hospitalar é um problema crônico de comunicação entre a agência e as coordenadorias. Isso é causado, na maioria das vezes, pelos próprios hospitais que deixam de notificar os casos para preservarem sua imagem.
- Mas espero que, no mais tardar, quinta, a Anvisa já tenha informações precisas sobre os casos de pacientes expostos à KPC na rede hospitalar brasileira.
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